sábado, 17 de dezembro de 2011

O hipertexto como um novo espaço de escrita em sala de aula

            Esta resenha tem como objetivo fazer uma análise do artigo MARCUSCHI, A. Luiz: O hipertexto como um novo espaço de escrita em sala de aula. Linguagem e Ensino. Vol. 4, No. 1, pág. 79 – 111, 2011.
Luiz Antônio Marcuschi é graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1968). Possui doutorado em filosofia da linguagem (1976) e pós – doutorados em questão de oralidade e escrita (1987), ambos realizados na Alemanha. Atualmente é professor titular em linguística do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco. Foi um dos fundadores da Associação Nacional de Pós – Graduação e pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL). Na universidade criou um Núcleo de Estudos em Linguística da fala e escrita (NELFE). É pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e foi, por várias vezes, representante de área tanto no CNPq, quanto na CAPES. É autor dos livros “Análise da conversação”, “Da fala para a escrita: atividades de retextualização”, “Fenômenos da linguagem: reflexões semânticas e discursivas”, “Cognição, linguagem e práticas interacionais”. Também é autor de artigos voltados para o estudo do hipertexto como: “Hipertexto e gêneros digitais”, “ O hipertexto como um novo espaço de escrita em sala de aula.
O artigo “O hipertexto como um novo espaço de escrita em sala de aula” é dividido em 10 subtítulos, que são eles: (1) O hipertexto e as práticas de letramento na escola, (2) Noção de hipertexto, (3) Será o hipertexto um novo espaço de escrita, (4) A natureza do hipertexto, (5) Texto e hipertexto, (6) Redefinição de autor e leitor, (7) A não linearidade hipertextual, (8) Hipertextualidade e oralidade, (9) O problema da coerência no hipertexto, (10) Perspectivas e questões abertas.
No artigo o autor da ênfase ao uso do hipertexto em sala de aula. Inicia suas ideias afirmando que ao contrario do que muitos autores dizem a respeito do uso desnecessário do hipertexto ele acredita que é de suma relevância a presença do hipertexto nas atividades escolares, principalmente na escrita. A função do computador, também, deve ser revista, já que é uma mídia bastante utilizada para o trabalho com hipertexto e no futuro, deverá auxiliar a construção interativa de conhecimento.
Marcuschi destaca “A diferença central entre o hipertexto assim desenhado e o texto linear tal como o encontramos nos livros, jornais e revistas impressos é a possibilidade de diferentes escolhas para leitura e interferências online” (2001, p. 84).
Com essa declaração o autor deixa claro que é mais proveitosa a leitura não linear e não sequencial, podendo, assim, o leitor fazer suas escolhas e seus caminhos a serem seguidos. No caso de textos literários, existe uma vantagem que são as múltiplas escolhas desde que o autor do hipertexto as possibilite. Já no caso de um livro impresso a linearização já esta pré-determinada e a leitura é feita da primeira página a última, porém isso não impede que o leitor pule páginas. A não linearidade do hipertexto não é um problema, pois um enunciado textual pode ser lido de diversas formas e com diferentes significados. Diante disso pode-se afirmar que a não linearidade encoraje os leitores na busca pela construção de sentido e consequentemente de conhecimento. Este fato pode ser melhorcompreendido na fala de Marcuschi “... pois o que no hipertexto é uma técnica de produção, no livro impresso é uma forma de recepção” (2001, p. 99). Podemos concluir que o hipertexto veio romper a estrutura convencional de um texto e os objetivos nele encontrados. Com o hipertexto tem-se maior liberdade de navegação, sendo que o mesmo tem múltiplas entradas e diferentes formas de seguir. Mas é de suma importância saber que para que uma leitura de hipertexto seja proveitosa é necessário um maior grau de conhecimentos prévios e estar consciente do que se esta buscando.
Marcuschi expõem em seu artigo o uso do hipertexto como um novo espaço da escrita, ao qual ele chamou de “escrita eletrônica”, visando o uso da tecnologia. O leitor torna-se coautor do texto escrito online pelo escritor. Essa possibilidade de escrita é possível por que os hipertextos pela multiplicidade de caminhos a seguir permitem ao leitor inserir informações novas, como suas próprias decisões, o conteúdo a ser utilizado por ele e a formatação da versão final de seu texto, ou seja, o leitor agirá dentro de suas necessidades ou interesses específicos. A coerência do texto fica a critério do leitor. Porém Marcuschi afirma que a organização referencial é muito complexa no caso do hipertexto, pois o leitor tem múltiplas escolhas de leituras e em algumas vezes fragmentadas. Então para manter a coerência o leitor deve investir em informações que deseja e aplicar seus conhecimentos prévios. Mesmo assim existe uma certa barreira que deve ser cuidadosamente explorada que é o caso do excesso de informação e a capacidade de relacionar fatos e dados ou o não sucesso da mesma, ou seja, a demora em acessar as informações desejadas. A esta pressão cognitiva que o hipertexto traz para seus leitores Marcuschi chama de “stress cognitivo”.Quanto ao fato da “escrita eletrônica” o mesmo cita como exemplo imitações de hipertexto encontrados na revista Veja. Consiste em pequenos textos que podem ser lidos em qualquer ordem. Porém são textos fragmentados que não se tornam proveitosos para a construção de conhecimento apenas são interessantes por serem textos pequenos de fácil leitura e que trazem em seu corpo o texto interligado com imagem.
Muito se tem discutido a respeito da relação e diferenciação entre texto e hipertexto. Marcuschi cita um estudo realizado por Perfetti ao qual o mesmo afirma que não existe rivalidade entre os dois, mas que ambos consistem em textos e que os estudos devem ser voltados para o uso que é feito dos textos acessados, como os leitores associam os diferentes tipos de informações e as transforma em conhecimento, independente da quantidade de coisas acessadas e/ou por se tratar de um texto impresso ou hipertexto eletrônico, tendo em vista que o texto é uma proposta de sentidos múltiplos e não de sentido único.
O artigo acerca do uso do Hipertexto é voltado para professores de todas as disciplinas que atuam em sala de aula, principalmente para os que utilizam este recurso frequentemente, pois o professor deve estar ciente e seguro do uso do mesmo, assim como dos objetivos a seguir. Muitas vezes o aluno não percebe que sua produção foge do foco da pesquisa ou o excesso de informação acaba por confundi-lo ou desanimá-lo, então cabe ao professor orientar e conduzi-lo para o caminho certo. Se o professor não tem objetivos claros e definidos, este auxílio pode não acontecer.
Os alunos precisam ser lançados a novos desafios. A não linearidade e a não sequencia do hipertexto serve como um forte auxílio na busca pela coerência a na ligação entre as ideia do textoproduzido pelo aluno. O mesmo estará sendo encorajado e desafiado a buscar novas informações podendo, também, utilizar seus conhecimentos prévios. Assim o aluno tem a possibilidade de ser coautor do hipertexto já que pode escolher os caminhos a seguir.
Enquanto o texto é apresentado ao aluno com ideias e formatação pronta o hipertexto exige do aluno um interesse maior para a construção de sua produção escrita o que permite ao aluno perceber a diferença e os momentos de uso da língua falada e da língua escrita, já que o hipertexto muitas vezes se aproxima mais da língua falada.
A obra é muito importante para os profissionais que atuam na educação e para futuros professores. As ideias do autor são originais, objetivas e claras.

 Referências:

MARCUSCHI, A. Luiz: O hipertexto como um novo espaço de escrita em sala de aula. Linguagem e Ensino. Vol. 4, No. 1, pág. 79 – 111, 2011.

sábado, 29 de outubro de 2011

Tiras



1. Leia a tirinha de Mafalda e responda:
a) Levante hipótese: Por que Mafalda sabia que o palavrão era "política"


b)Qual a intenção da tira ao relacionar a palavra política com palavrão?

c) Qual é a função sintática da expressão: "aquele palavrão", no segundo quadrinho?


d)O que provoca o humor no último quadrinho?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ler por prazer no ritmo do cordel

         Caro professor, se você nunca pensou em apresentar literatura de cordel aos seus alunos, por considerá-la pobre ou popular demais, saiba que esta cometendo um erro. Porque esse gênero literário é riquíssimo tanto na forma quanto no conteúdo. O que faz da poesia de cordel um instrumento capaz de estimular o hábito da leitura são características que costumam encantar as crianças e adolescentes, entre elas a musicalidade das rimas, a temática, que geralmente remete à cultura nordestina, e as metáforas, que abrem caminho para boas discussões. Então por que não não usar o cordel para ampliar o repertório e vocabulário de seus alunos?

Curiosidade sobre a reforma ortográfica

         A reforma ortográfica passou por diversas modificações, fonética, tudo para acompanhar e melhorar a comunicação oral e escrita praticada pela sociedade. Um dos motivos da reforma ortográfica é a unificação da norma da língua portuguesa entre os países lusófonos (praticantes do idioma Português), para que haja uma aproximação entre eles. Conforme o decreto lei nr. 6583 de 29/09/2008 podemos citar algumas vantagens: - supressão do trema e de alguns acentos que ninguém sabia que existia; - supressão das letras que são sempre mudas (actual, acção, baptismo e óptimo); - inclusão das letras K, Y e W no alfabeto brasileiro, dentre outras.
         A reforma entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2009 de acordo com o decreto lei mencionado acima, e até 2012 valem as duas formas de escrever, tanto a antiga, como a nova. Por isso vale ressaltar a importância e atenção nas provas de concursos, vestibulares e afins.
         Com esta possível unificação entre os países de origem lusófona, haveria inúmeras vantagens culturais, econômicas e sociológicas; atendendo a evolução da sociedade em um mundo globalizado.

Nova reforma ortográfica

Este vídeo é muito bom para quem, ainda, não se atualizou na reforma ortográfica.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Dicas de leitura

  O medo e a ternura

Obra do escritor Pedro Bandeira. Leitura voltada para ensino médio
Duas  meninas com nomes iguais, coincidência que pode provocar a maior confusão e transformar a vida de uma delas num pesadelo. O que difere uma da outra é a classe econômica, visto que uma é filha de um importante milionário; a outra, uma adolescente que trabalha para ajudar a família. Uma quadrilha planeja sequestrar a filha do milionário e exigir um grande resgate, mas acaba levando a outra de família humilde. O que acontecerá com a menina presa em cativeiro? Como os bandidos reagirão ao saber que sequestraram a menina errada?

Amor impossível, possível amor

 Obra do escritor Pedro Bandeira. Leitura voltada ao ensino fundamental
Fernanda passa por muitas mudanças, desde o afastamento da melhor amiga e de sua paixão até uma doença grave descoberta no pai, fato que ocasiona uma mudança significativa no seu rendimento escolar. Bruno, no intuito de ajudar a menina, passa a dar-lhe aulas particulares.... Não deixem de ler é uma história emocionante.

Pedro e lua
 Obra do escritor Odilon Moraes. Leitura voltada para alunos de 1º a 4º anos do ensino fundamental.
Texto e ilustração se aliam harmoniosamente para relatar a amizade de Pedro e da tartaruga Lula. O menino Pedro é fascinado pelos mistérios da noite e das estrelas e fica encantado quando descobre nos livros que a lua que ilumina é um satélite feito de pedra e que o seu próprio nome significa "o de pedra". A magia desta história já começa na capa do livro, que brilha no escuro.